Marcelo Dutra da Silva
Dobradinha brasileira no Fórum Econômico Mundial
Por Marcelo Dutra da Silva
Ecólogo
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Os ministros brasileiros Marina Silva do Meio Ambiente e Fernando Haddad da Fazenda acabam de dar um verdadeiro show de democracia e diálogo no grande fórum mundial da economia, o World Economic Forum 2023, que se conclui neste dia 20, em Davos, na Suíça. Senti falta, apenas, de um elemento e acho que poderia ter sido um trio, somando à dupla o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o senador Carlos Fávaro.
Marina e Haddad foram muito precisos em suas falas e para quem acompanhou cada detalhe do Fórum pode perceber o quanto a participação brasileira era agradada. Todos queriam saber o que tinham a dizer os novos ministros e que estratégias seriam implementadas pelo atual governo para debelar os estragos econômicos e de imagem deixados pelo governo Bolsonaro.
Haddad, quando questionado sobre sua participação no Fórum, foi direto ao ponto e disse que a mensagem é que o Brasil voltou e quer crescer com responsabilidade social, fiscal e ambiental, que reconhece a importância destes temas para a comunidade internacional e que o presidente Lula os imbuiu, ele e Marina, de reapresentação do Brasil para o mundo com os mesmos compromissos históricos de outras ocasiões.
Marina destacou que há uma grande expectativa internacional quanto ao Brasil por conta da grande contribuição do País em agendas internacionais do clima e da biodiversidade; que nos últimos anos o Brasil se colocou na condição de pária ambiental e agora o País se recoloca na condição de contribuir; que ela se sente feliz em voltar ao ministério e no momento que o presidente coloca a agenda ambiental no mais alto nível das prioridades, no momento que assume a política de clima como transversal, que alcança todos os setores; que a questão climática estará presente nas políticas de energia, de transporte, mobilidade, agricultura, na indústria e em todos os setores.
A transversalidade é o que vai fazer toda diferença e, como disse Marina, "não vamos resolver os problemas relacionados à crise climática global se não houver uma ação transversal nas políticas e decisões de governos, nas empresas ou na sociedade". A sustentabilidade foi colocada em destaque em todas as suas dimensões - econômica, social, ambiental, política, institucional - ou seja, fomos reapresentados para o mundo dentro de uma nova concepção de mercado, que valoriza a responsabilidade socioambiental, as melhores práticas e os princípios ESG (Environmental, Social and corporate Governance).
O Brasil se coloca para o mundo e resgata sua posição de protagonista ambiental com participação dos ministros em falas importantes, particularmente de Marina nos debates sobre bioeconomia, futuro da Amazônia e clima. Uma participação brasileira que também contou com a presença de governadores, inclusive do nosso governador Eduardo Leite, que destacou a necessidade de mostrar que temos estabilidade política (apesar dos últimos acontecimentos, em Brasília); que as instituições funcionam, que o País vai bem, que há segurança jurídica e que estamos preparados para receber investimentos.
Eduardo fez um excelente cartão de visitas em Davos ao colocar o Estado na agenda de investimentos no campo da geração de energias limpas e renováveis, especialmente a geração do hidrogênio verde, que vem sendo falado no mundo inteiro. O RS tem mais de 80% de sua matriz energética renovável, o nosso potencial de energia limpa é imenso e certamente podemos despontar nesta área, atraindo investimentos e negócios relacionados a energia. De outra parte, com abundância energética é mais fácil de captar investimentos para a reindustrialização da economia do Estado e dar um verdadeiro salto de desenvolvimento. O Brasil tem tudo para dar certo e o RS também!
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